quinta-feira, 26 de abril de 2012

Primeiro casamento infantil anulado por mútuo consentimento na Índia


Os casamentos de crianças são ilícitos na Índia desde 1929, mas a realidade ultrapassa ostensivamente a legislação: 40% deste tipo de matrimónios acontecem naquele país. É uma prática comum, enraizada. Nesta quarta-feira, no entanto, aconteceu algo inesperado: uma jovem conseguiu anular o seu casamento de infância, no Rajastão. O caso é ímpar.
Laxmi Sargara, à saída do notário onde assinou o anulamento do casamento com Rakesh


Laxmi Sargara tem 18 anos e não sabia que estava casada, até que muito recentemente a família do noivo esteve em sua casa para a levar para a sua nova vida. A rapariga recusou ir com os “sogros” e, depois de a sua própria família lhe ter dito que a sua obrigação era honrar o compromisso assumido quando tinha apenas um ano, decidiu procurar ajuda.

“Eu estava infeliz com o casamento. Disse isso aos meus pais, que não concordaram comigo, e então fui procurar ajuda”, contou Laxmi Sargara, à AFP. A jovem dirigiu-se à Sarathi Trust, uma organização não-governamental (ONG) a operar em Jodhpur, no Rajastão, que se prontificou a intervir no processo e a falar directamente com o noivo – Rakesh, de 20 anos.

“Ela ficou deprimida. Não gostava do rapaz e não estava preparada para aceitar a decisão dos pais”, disse à mesma agência Kriti Bharti, daquela ONG. Rakesh, condutor de maquinaria pesada de construção, queria manter o matrimónio a início. Mas acabou por ceder depois de conversar com os responsáveis da Sarathi Trust – que também falaram com as famílias.

“É o primeiro exemplo de que tenhamos conhecimento de duas pessoas casadas na infância a querer anular o casamento e esperamos que se sintam inspirados por ele”, acrescentou Kriti Bharti. O que por norma acontece é a recusa de um dos elementos dos jovens casais a manter os compromissos firmados pelas respectivas famílias.

Embora os casamentos na infância sejam proibidos na Índia desde 1929, a prática continua a ser comum em várias partes do país. Sobretudo nas zonas rurais ou em comunidades pobres. Os dados da Unicef dizem que 40% dos casos de todo o mundo deste tipo de matrimónio se passam na Índia. Segundo as conclusões de um inquérito local citado pela BBC, no Rajastão uma em cada dez mulheres é casada antes de ter 18 anos.

Nesta quarta-feira, Laxmi e Rakesh foram a um notário público de Jodhpur e, ao contrário do que se poderia pensar dada a idade do casal – 18 e 20 anos, respectivamente –, o que foram fazer foi assinar, sob juramento, uma declaração de anulamento do casamento e o considerar sem efeito. A iniciativa de o fazer foi também da Sarathi Trust, para assegurar que o futuro de Laxmi não está à mercê de uma mudança de ideias das famílias envolvidas ou do antigo noivo.


FONTE: Público On-Line

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O que é o Stalking - uma perspectiva humorística

“Stalking”: que ninguém fique de braços cruzados


O facto de o "stalking" estar ausente, “preto no branco”, na legislação penal portuguesa, não implica necessariamente que seja necessário consagrá-lo como um tipo especial de crime

O fenómeno ainda não tem enquadramento legal na legislação portuguesa, mas isso não significa que o perigo não espreite à curta distância de um clique no computador, de uma carta ou de um telefonema. Com a agravante de as autoridades policiais sentirem algumas (para não dizer muitas) dificuldades de controlo.

O “stalking” existe em Portugal, mas o facto de estar ausente, “preto no branco”, na legislação penal portuguesa, não implica necessariamente que seja necessário consagrá-lo como um tipo especial de crime.

Os tipos de crime de que já dispomos – enquadrando neles cada comportamento, em função do caso concreto, nas previsões penais de ameaça, coação, devassa da vida privada, entre outros – serão, à partida, suficientes.

Por isso, ao contrário do que é sugerido pela investigadora Marlene Matos, da Universidade do Minho, autora de um estudo sobre o “stalking”, não creio que seja forçoso ou, pelo menos, urgente, ampliar o leque de tipos de crime constantes na parte especial do nosso Código Penal. Isto sob pena de termos apenas mais uma norma, sem efeito prático relevante, com as inevitáveis críticas ao sistema legal português, muitas vezes acusado de ser prolixo e, apesar disso, ineficaz.

É certo que, em alguns países da Europa, este tipo de crime está especificamente previsto, e que, em Portugal, tem vindo a aumentar o número de participações às autoridades policiais.

Ponto essencial é que o centro desta questão seja sempre a vítima de “stalking”, apostando-se nos meios que as várias entidades – que lidam com este género de ofensas à integridade mental e física – têm ao seu dispor para forçar os agressores a manter a devida distância, seja ela física ou virtual.

Convém referir aqui o facto de que, segundo o estudo já mencionado, apenas 26 por cento das vítimas tomaram, como primeira opção, o recurso às forças de segurança, o que acaba por ser revelador do relativo desconhecimento da lei, por parte dos cidadãos vítimas de “stalking”.

Isto é, talvez seja necessário, isso sim, agir mais a montante do que a jusante, informando as pessoas acerca de como proceder nestes casos. Se, numa primeira fase, as denúncias podem ter poucos efeitos práticos, acredito que, se vierem a público os verdadeiros números de vítimas de “stalking”, é bem possível que o país acorde para essa realidade e a ela reaja.


Pedro Botelho
FONTE: P3

A mulher chegou ao Rap



Maria Capaz - Capicua


sábado, 14 de abril de 2012

Pagu - Rita Lee (letra e vídeo ao vivo)


Ao vivo, Rita Lee com Zélia Duncan:



Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
Uh! Uh! Uh! Uh!...

Eu sou pau prá toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Hum! Hum! Hum! Hum!
Minha força não é bruta
Não sou freira
Nem sou puta

Porque nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem

Nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem...

Ratatá! Ratatá! Ratatá!
Taratá! Taratá!...

Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Hanhan! Ah! Hanran!
Uh! Uh!
Fama de porra louca
Tudo bem!
Minha mãe é Maria Ninguém
Uh! Uh!...

Não sou atriz
Modelo, dançarina
Meu buraco é mais em cima

Porque nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem...

Nem!
Toda feiticeira é corcunda
Nem!
Toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho
Que muito homem...(2x)

Ratatá! Ratatatá
Hiii! Ratatá
Taratá! Taratá!...

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Fight like a girl (música e letra)


A música e letra são de Emilie Autumn, assumida e claramente feminista. Não se deixem enganar pela agressividade das palavras. Feminismo não se trata de "vingança". Vejam isto como figurativo.




My heart is a weapon of war
My voice is my weapon of choice
An eye for an eye
A heart for a heart
A soul for a soul
We fight for the dream
We fight to the death
We fight for control

For there is no such thing as justice,
All the best that we can hope for is revenge:

A hostile takeover,
An absolute rebellion to the end.
This is our battle cry
I'm giving you a head start,
You're going to need it,
'cause I fight like a girl

I'll get my revenge on the world or at least 49% of the people in it
And if I end up with blood on my hands,
Well, I know that you'll understand,
'cause I fight like a girl.


We are under attack
What is the body count? I've lost track
If nobody's mentioned how this will end, then I'll be the first
There are more of us than there are of you, so show me your worst

For there is no such thing as justice,
All the best that we can hope for is revenge:

A hostile takeover,
An absolute rebellion to the end.
This is our battle cry
I'm giving you a head start,
You're going to need it,
'cause I fight like a girl


I'll get my revenge on the world or at least 49% of the people in it
And if I end up with blood on my hands,
Well, I know that you'll understand,
'cause I fight like a girl.

It's so easy to kill,
This I learned by watching you

If I have to, I will,
It's not pretty but it's true
I am through lying still,
Just a body to be
Beaten, fucked, and if i'm lucky, left for dead,

So who's scary now?


No mercy, it's a bit too late,
The game is on don't run, don't hide, don't wait
'cause if we've got no honor,
Then we've got no shame,
If it's in self-defense,
Then we will take no blame


This is our battlecry
Even if you're only a boy,
You can
Fight like a girl!

I'll get my revenge on the world or at least 49% of the people in it,
And if I end up with blood on my hands
Well, I know, that you'll understand,
'Cause I fight like a girl.

---------------------------------------------------------------------


Caso continuem a achar, pela letra, que esta mulher que o extremínio dos homens, deixo-vos alguns dos comentários mais inteligentes do youtube sobre o assunto:

magpiesdream - To all of you who're calling this song "sexist": According to the Department of Justice, 1 in every 4 women will be sexually assaulted. (And those statistics only include assaults made it to court.) We live in a rape culture, where victim blaming and slut shaming are the norm. Most of our pop culture perpetuates this culture of degradation and dehumanization of women. So I'm psyched to hear a song that works to dismantle hegemony! 

TanithUndomielDarko - Just to settle this 'sexist' argument once and for all- when I was at the meet & greet, there was only one male VIP there. I heard two other girls whispering that EA was gonna treat him bad, but she didn't. She hugged him tight and kept telling him how pleased she was that he was there. She treated him the same as everybody else.

kikyoslovergirl - .. emilie tells the guys during the concert that they can fight like a girl too.. she's just turning something previously bad into a good thing and she's not saying destroy me. just destroy the shitty one.s 

DavidDecapitation - It's more along the lines of glorifying women using concepts that were formerly used to ridicule them (hence the title of the song). The parts regarding men aren't so much "destroy men because they're men," it's more like "empower women because they're women." Savvy? 

RachaelSummerr - Emilie has been raped and abused and stalked from when she only a small child, she's grown up with only knowing the horrible side of men, but it doesn't mean she is sexist [...] You have to know what she's been through to truly understand her songs.

23sherlock - what she is reffering to is the idea that women should stop taking so mcuh punishment and abuse from people which are essentialy cowards. [...] no rules IN SELF DEFENCE, against people she would consider evil, rapists and the such like. to me she is making a point, when it comes to self defence against "evil people" their are no rules. 

echocrush - ‘Cause I fight like a girl (and equally like a boy) I’ll get my revenge on the world (except those who didn't hurt me) Or at least forty-nine percent of the people in it (not counting those who are victims too) And if I end up with blood on my hands (or perhaps another life giving substance) Well I know that you’ll understand (but probably wont ‘Cause I fight like a girl (or an equally strong male human). just doesn't have quite the same effect artistically...

iKittumsrawr - She also says Even if you're a boy you can fight like a girl haha. Couldn't that be taken as her putting both genders in an equal presence?